Por governos passados, fomos retratados como baderneiros, doutrinadores, paladinos da ideologia de gênero e parasitas do Estado, entre outros. Fomos, professores, técnicos e estudantes, reduzidos à caricatura que a extrema direita forjou de nós.

Mas esse tempo passou. Respiramos de novo.

Podemos novamente pensar no futuro. Não somos mais inimigos ideológicos de um governo obscurantista, podemos discutir e divergir de forma civilizada. Voltamos a ser considerados artífices de qualquer projeto sério de País. Na condição de principais agentes da formação cidadã de profissionais, somos vetores de ações de transformação social, produzimos conhecimento e inovação. Na condição de núcleo estruturante do sistema público de pesquisa, ensino e extensão no Brasil, nossa vocação sempre foi trabalhar em parceria com todos os agentes públicos, comunitários e empresariais.

Não podemos mais aceitar passivamente a implantação tacanha de disposições oriundas de instâncias ministeriais, sem a devida crítica, sem considerar a sua legitimidade. Tampouco podemos aceitar passivamente que a lógica administrativa própria da Universidade seja desrespeitada e inviabilizada. O ônus dessa passividade coube aos docentes, técnicos e estudantes, que enfrentam hoje uma sobrecarga de trabalho, na medida em que áreas estratégicas, tais como a área de tecnologia da informação e a captação de parcerias externas foram tratadas como secundárias. O Hospital de Clínicas está submetido a um modelo de gestão, no mínimo, incompatível com o lugar que ocupa no sistema de saúde pública do nosso estado. A submissão ao dirigismo e ao pensamento único foi a tônica destes anos.

O efeito geral disso tudo foi o esvaziamento dos conselhos superiores e o encerramento melancólico de uma gestão incapaz de fazer mais que resistir de modo retórico, usando o contexto externo como justificativa para a falta de políticas transformadoras e as decisões oriundas apenas para a manutenção do poder. Não podemos mais represar ou postergar os avanços necessários, e muito menos adiar os projetos que ampliaram a gestão democrática e os impactos sociais da universidade. O momento é agora. A UFPR sobreviveu e chegou a hora de colocá-la novamente em Movimento.

Somos uma coletividade altamente qualificada, capaz de identificar problemas, formular soluções baseadas em evidências, aprimorá-las criticamente e implementá-las. Nada justifica que fiquemos adiando indefinidamente as soluções até mesmo para os nossos problemas mais triviais. É preciso sobretudo uma gestão que compreenda de maneira democrática o lugar e o papel da reitoria numa universidade pública. Que genuinamente ouça a comunidade e estimule a sua participação na tarefa de identificar onde estão os principais gargalos. Nunca foi tão urgente ter uma reitoria que mobilize a comunidade, que conecte os nossos saberes, que fomente a formulação coletiva de ideias e que se junte à comunidade na execução das soluções.

Podemos e devemos ser uma universidade inovadora e inclusiva, capaz de produzir soluções que transcendam nossas fronteiras e possam ser replicadas por outras instituições de ensino. Uma universidade mais sintonizada com as demandas da sociedade, de movimentos sociais a setores produtivos e instâncias de governo.

Junte-se a esse Movimento que pretende conectar inteligências para projetar um futuro melhor para a UFPR. Venha para o nosso Movimento, um processo construído sobre a confiança que depositamos em cada um dos membros da nossa comunidade como genuínos agentes das mudanças que tanto esperamos da UFPR e da educação pública brasileira.

Para colocar a UFPR em movimento, sem atalhos e sem retrocessos!