Na UFPR, são diversas as representações estudantis: Diretório Central de Estudantes (DCE), Centros Acadêmicos, Grêmio Estudantil, Atléticas, Baterias, Grupos Artísticos Culturais, Coletivos, entre outros. Cada uma dessas representações possui atuações gerais e específicas em relação aos interesses das/os/es estudantes na universidade. Representações estudantis fortes e empoderadas significam termos uma universidade plural, na qual a diversidade de opiniões e interesses é respeitada e valorizada.
É fundamental que a administração universitária continue a apoiar e fomentar essas representações, garantindo recursos e espaços adequados para suas atividades. Além disso, a universidade deve promover a capacitação dos estudantes envolvidos nas gestões dessas representações, oferecendo formação em gestão, liderança e participação política.
A autonomia das representações estudantis deve ser respeitada, permitindo que elas atuem de maneira independente e democrática. A participação ativa das/os/es estudantes na vida universitária é um direito, mas também uma responsabilidade, que contribui para a construção de uma universidade mais justa, inclusiva e comprometida com os valores democráticos. Portanto, fortalecer as representações estudantis é fortalecer a própria universidade, tornando-a um espaço de formação cidadã e crítica, preparado para enfrentar os desafios sociais e ambientais do presente e do futuro.
Entidades de Representação Estudantis
Apoiar e dinamizar a relação da UFPR com as representações estudantis é garantir direito à educação e à universidade, assim como potencializar a dimensão do pertencimento em relação à universidade, produzindo efeitos positivos também quanto à permanência estudantil.
Com base no exposto, o Movimento UFPR apresenta ações e propostas:
1. Estimular e apoiar a constituição do Fórum das Representações Estudantis. O Fórum, em articulação com PRAE e SIPAD (e demais órgão da universidade que se fizerem necessários), discutir, de forma democrática e participativa, sobre a construção, avaliação, reorganização e o aperfeiçoamento de políticas voltadas ao público discente;
2. Constituição do Orçamento Estudantil Participativo, no qual será discutido, com representações estudantis e estudantes, sobre como o orçamento estudantil deverá ser gasto, quais formas/estratégias e programas terão alocação de recursos. O objetivo do Orçamento Participativo é proporcionar a estudantes que construam as políticas necessárias à permanência, pois são o público-alvo dessas ações.
3. Revisão das Resoluções 10/00 COPLAD e 16/06 COPLAD. Essas Resoluções regulamentam a ocupação, por terceiros, de espaços físicos nos imóveis da UFPR (para exploração ou execução de serviços, de qualquer natureza, remunerado ou não, visando o interesse e as necessidades da Comunidade Universitária), com o objetivo obter recursos financeiros que custeiam atividades de representação estudantil na universidade. Em síntese, são resoluções defasadas e insuficientes para a obtenção de recursos.
Nesse sentido, iremos trabalhar para construir um fundo de apoio específico para apoiar financeiramente as representações estudantis. Esses recursos poderão ser utilizados para a organização de eventos, aquisição de materiais e outras necessidades. A ideia é que haja editais específicos, procurando dessa forma garantir a isonomia e transparência do destino e acesso desses recursos;
4. Revisão do Plano Institucional de Cultura (Resolução 19/2020-COUN, vigência 2020-2030) para que as ações artísticas e culturais na UFPR se adequem e estejam em consonância com as novas propostas nacionais para a Cultura. Paralelamente a esse processo, realizar, junto aos grupos artísticos e culturais estudantis, um diagnóstico e mapeamento para a construção de políticas e ações de fortalecimento desses grupos.
5. Por compreender que as representações e entidades estudantis realizam atividades internas e também junto à comunidade externa, a gestão irá se debruçar sobre a possibilidade de incorporar essas atividades nos eixos de práticas extensionistas e atividades formativas;
6. A gestão propõe atuar em estreitacolaboração com os Centros Acadêmicos e Grêmio Estudantil com o objetivo de revitalizar espaços destinados às entidades estudantis, especialmente nos campi fora do eixo Botânico-Politécnico. É essencial reconhecer que os Centros Acadêmicos são espaços fundamentais para a convivência, exercício político, estudo, interação, lazer e descanso das/os/es estudantes. No entanto, muitos desses espaços estão localizados em áreas inadequadas, são muito pequenos, carecem de tomadas e não possuem acessibilidade adequada para pessoas com deficiência (PCD), entre outras características que os precarizam e impossibilitam o pleno exercício de suas funções.
Portanto, essa proposta inclui:
- Realizar um diagnóstico detalhado e mapeamento dos espaços dos Centros Acadêmicos e Grêmio Estudantil, identificando os principais problemas em termos de acessibilidade, conforto e segurança.
- Desenvolver um plano de reestruturação desses espaços, garantindo que todos os Centros Acadêmicos e Grêmio Estudantil ofereçam condições adequadas.
- Envolver os estudantes e suas representações no processo de diagnóstico, planejamento e implementação das melhorias, assegurando que as soluções propostas atendam às necessidades reais dos usuários.
- Trabalhar para obtenção de recursos financeiros e materiais para a execução das melhorias necessárias, além de fornecer suporte técnico e administrativo durante todo o processo de reestruturação.
O Movimento UFPR enquanto gestão reafirmará o reconhecimento e representatividade dos Centros Acadêmicos e Grêmio Estudantil em todas as instâncias, o que também compreende a adoção desse reconhecimento pelos cursos de graduação e departamentos como política institucional.
Coordenação de Apoio às Entidades Estudantis (PRAE)
Considerando os princípios da Gestão Democrática que a gestão Movimento UFPR se propõe, aqui firma-se o compromisso em redefinir a relação da administração superior da universidade, das pró-reitorias e das superintendências que atuam diretamente com as representações estudantis, de modo transparente, sem personalismo, sem beneficiar esse ou aquele segmento em detrimento de outro.
Entre as primeiras ações, será redesenhada a estrutura e forma como atua a Coordenação de Apoio às Entidades Estudantis – CAEE-PRAE, que tem, nesse momento, como objetivo, orientar e acompanhar as atividades administrativas e de planejamento anual das entidades de representação estudantil da UFPR. Com o redesenho, a CAEE atuará a partir dos seguintes princípios:
- Orientação e Acompanhamento: Orientar e acompanhar as atividades administrativas e de planejamento anual das entidades de representação estudantil da UFPR, garantindo que estas estejam alinhadas com os princípios da gestão democrática e da autonomia estudantil.
- Capacitação e Formação: Promover programas de capacitação e formação contínua para as/os membras/os das entidades estudantis, focando em gestão, liderança, participação política e desenvolvimento de habilidades necessárias para uma atuação eficaz e responsável.
- Articulação e Mediação: Facilitar a comunicação e articulação entre as diversas representações estudantis e a administração universitária, atuando como mediadora em eventuais conflitos e garantindo que todas as vozes sejam ouvidas de maneira equitativa.
- Fomento à Participação: Incentivar a participação ativa de estudantes nas diversas formas de representação, promovendo campanhas e ações que visem aumentar o engajamento estudantil e a conscientização sobre a importância da participação democrática.
- Garantia de Recursos e Espaços: Assegurar que as representações estudantis tenham acesso a recursos financeiros, materiais e espaços físicos adequados para a realização de suas atividades, respeitando as necessidades e especificidades de cada grupo.
Coletivos Estudantis
Os coletivos estudantis são espaços essenciais nos quais estudantes se organizam para debater temas de interesse comum, tais como política, literatura, arte e cultura, entre outros. Estes grupos são importantes para a troca de ideias e criação de laços de pertencimento, proporcionando um ambiente onde estudantes podem fazer amigos e se engajar em questões relevantes para suas vidas acadêmicas e pessoais. Nesse sentido, nosso compromisso será:
- Reconhecer os Coletivos como parte integrante da comunidade acadêmica estudantil;
- Estimular e apoiar a realização e workshops, seminários e encontros temáticos que atendam aos interesses dos coletivos, incentivando a troca de conhecimentos e experiências entre diferentes grupos, promovendo a integração e intercâmbio e a construção de redes de apoio mútuo dentro da universidade.
- Facilitar a criação de parcerias entre os coletivos e outros departamentos da universidade, bem como com instituições externas, para o desenvolvimento de projetos e atividades conjuntas.
Baterias
Com tanta energia e importância cultural, as baterias não poderiam ficar de fora de um dos momentos mais significativos da sua trajetória: a vida universitária. Em relação as Baterias da UFPR, pretendemos:
- Dar o apoio necessário para o fortalecimento das Baterias, incluindo junto a elas, a construção de ações para obtenção de recursos para aquisição e manutenção de instrumentos, bem como apoio para que tenham locais de ensaio;
- Apoio institucional para a participação de Baterias em encontros locais, regionais e nacionais.
- Através de ação institucional, estabelecer parcerias com escolas de samba e outros grupos musicais para a promoção de workshops e cursos, visando troca de experiências no campo musical.
Atléticas
Na UFPR, o suporte oferecido pela atual gestão às Atléticas é insuficiente e desigual. Não há isonomia nas ações da administração, resultando na priorização de algumas Atléticas em detrimento de outras, por exemplo, no que se refere à disponibilização de ônibus para competições, além de recursos materiais e financeiros. Além disso, não existe uma política clara para a concessão de recursos, materiais e apoio logístico às Atléticas e equipes esportivas. A organização dos jogos internos também carece de um suporte satisfatório por parte da administração.
O Centro de Educação Física e Desportos (CED), um dos principais espaços utilizados pelas Atléticas, encontra-se com sua infraestrutura gravemente deteriorada. Piscinas estão inutilizadas há muito tempo, a Academia de Musculação está fechada, os espaços para ginástica são inadequados, e as quadras e campos de futebol (gramado) estão em condições ruins. Além disso, há uma priorização no uso desses espaços, o que beneficia algumas Atléticas em relação a outras.
Diante desse cenário, o Movimento UFPR assume os seguintes compromissos ao longo da gestão:
- Avaliar e buscar recursos para a reforma da estrutura do CED;
- Reestruturação de funcionamento do CED com a participação das Atléticas da UFPR;
- Avaliar a viabilidade de espaços do DEF para as Atléticas em momentos que não estão sendo utilizados para as aulas;
- Os jogos universitários da UFPR passarão a fazer parte do calendário acadêmico da UFPR;
- Avaliação e discussão da viabilidade de dispensa das atividades acadêmicas dos/as/es discentes atletas quando esses estiverem representando a UFPR em competições esportivas;
- Incentivo e suporte à constituição de uma espécie de comitê olímpico universitário e construírem um calendário com essa finalidade;
- Suporte institucional para a divulgação dos trabalhos e conquistas das atléticas no perfil oficial da universidade;
- Realização de mapeamento de espaços subutilizados na UFPR e que possam ser destinados a abrigar as Atléticas e como espaços de treino;
- Junto com representantes das Atléticas serão desenvolvidos projetos para a captação de recursos financeiros e materiais destinados as suas atividades.
Diretório Central das/os/es Estudantes (DCE)
O Movimento UFPR assume como princípio durante a gestão da UFPR atuar junto ao DCE de modo transparente, republicano e respeitando a autonomia da entidade, sem qualquer tipo de ingerência, seja ela de que ordem for. Assumimos o compromisso em viabilizar um espaço temporário para o DCE exercer suas atividades, bem como junto a esse, analisar e buscar soluções para o resgate do Prédio Histórico do DCE, que atualmente apresenta inúmeros problemas de infraestrutura